Friday, July 21, 2006

Para iniciarmos um grande debate: De mãe para mãe

"Hoje vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado.Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência.Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação, contam com o apoio de comissões, pastorais, órgãos e entidades de defesa de direitos humanos.Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, paraauxiliar no sustento e educação do resto da família.Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma videolocadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.No próximo domingo, quando você estiver se abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo... Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranquila, viu? Que eu estarei pagando de novo, o colchãoque seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem, tá?"Circule este manifesto! Talvez a gente consiga acabar com esta inversão de valores que assola o Brasil! Direitos humanos são para os humanos!!!!!!!!!!!
De mãe para mãe: Carlos Renato P. Quadros - quinta-feira - 11/05/2006

4 Comments:

At 2:12 PM, Anonymous Anonymous said...

Extraí isto do site: http://www.nukewhales.com.br/blog/ler/376/resposta-ao-email-de-m-e-para-m-e, vejam só o contraditório:

Resposta ao email: "de mãe para mãe"

Tem um email revoltante circulando por aí, entitulado “DE MÃE PARA MÃE”, aparentemente escrito por uma dona de casa que viu na tv mães de detentos da FEBEM protestando pelas péssimas condições em que se encontram.

É algo tipo “eu sou mãe, bláblá, vejo vocês mães de trombadinha, na tv, reivindicando direitos, blábláblá, minha vida também é difícil, bláblá, meu filho trabalha durante o dia pra pegar estudos à noite, blá, enquanto isso seu filho queima colchão, que eu paguei”. Fala até que o propósito do email é “acabar com esta inversão de valores que assola o Brasil”.

Nem vou fazer papel de super socialista aqui por que a verdade é que nunca fiz porra nenhuma por esta gente. Nunca fiz trabalho voluntário, nunca tentei mudar a situação de algum jeito substancial.

Mas isso já é ridículo demais.

Pra começar, a mulher tá escrevendo na internet. EM BOM PORTUGUÊS, com palavras que esses coitados não conseguem nem pronunciar. Quem ela quer enganar, tentando se aproximar destas tais outras mães, para então julgar e invalidar o protesto delas? De igual, só a condição de mãe. Um ABISMO separa estas mulheres, mães ricas que acordaram revoltadas e foram escrever email das mães fodidas de detentos fodidos, gente sem qualquer perspectiva.

O mínimo que essa mulher devia fazer é ficar quieta e pagar a porra do colchão. Assim como todo mundo que gostou do email. Assim como eu. Aliás, quer saber? Eu sou feliz por pagar estes colchões, na verdade estou tentando sim mudar alguma coisa, financiando as chamas destas rebeliões.

Afinal, por que estamos bravos com os muleques queimando colchões, mas não com as autoridades amontoando 15 deles num quarto menor que os nossos? Você, que gostou deste email, espera que um muleque fodido e sem perspectivas deixe de roubar e fazer merda – ou que essa porra de sistema penal deixe de ser “escola de bandido”, às suas custas?

Inversão de valores, no caso, é isso: cobrar dos fodidos.

Por isso, senhora mãe revoltada, quando for hora de se manifestar aprenda com estas outras mães: cobre segurança da polícia, justiça do sistema penal, postura ética da educação deste país. Estes sim te devem, muito.

 
At 2:16 PM, Anonymous Anonymous said...

eu penso da seguinte forma: queimou colchão? deixa dormir no chão quebrou telhado? deixa no relento, vandalizou ou fez algum tipo de rebelião? tem que apanhar.

 
At 2:17 PM, Anonymous Anonymous said...

Uma coisa eu não entendo…

É nessas horas em que a violência bate à porta que surgem logo as vozes para a revisão e o endurecimento do sistema e das leis penais brasileiras.

No fundo mesmo isso é mais um reacionarismo – ao meu ver despropositado e com altas doses de emoção – e não necessariamente uma discussão progressista do papel dessas leis.

 
At 2:18 PM, Anonymous Anonymous said...

a mãe não reclama porque seu filho trabalha para pagar os colchões que os filhos da puta queimam,mas sim, porque um daqueles vermes matou seu filho,que trabalhava em uma video locadora,filho que ela mesmo andando milhares de quilometros nunca mais poderá abraçar,enquanto aqueles vermes desgraçados que não merecem a comida que comem, daqui algum tempo estará aqui fora matando novamente,queira deus que ele nao mate alguem que voce goste…faça uma boa ação,mate um ladrão.

 

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