Tuesday, January 27, 2009

Alunos de escolas estaduais começarão ano letivo com velhos problemas

Reformas que nunca acabam e falta de estrutura trazem transtornos em Astorga e em Curitiba

Daqui a duas semanas, o ano letivo de 2009 será iniciado nas escolas da Rede Estadual de Ensino do Paraná. Em pelo menos duas escolas os problemas do ano passado persistirão: obras inacabadas, improvisações e falta de estrutura, conforme reportagem veiculada pela RPC-TV nesta segunda-feira (26), que mostrou a dura realidade de uma escola de Astoga, no Noroeste do Paraná, e de outra em Curitiba.

No Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay, na Vila Pompéia, no bairro Campo de Santana, em Curitiba, a reconstrução do prédio foi iniciada três vezes. As duas empreiteiras que tocaram a obra nos últimos quatro anos faliram e uma terceira retomou a reforma em dezembro de 2008. Para completar, erros na execução do projeto obrigaram a reconstrução de parte do que já estava pronto.

RPC TV

Descaso deixa obras de escolas inacabadas em Curitiba e em Astorga

Enquanto isso, os 1.200 alunos do colégio, que atende da 5ª série do ensino fundamental à 3ª do ensino médio, continuarão tendo aulas num prédio alugado pelo governo estadual, distante três quilômetros da obra. Lá os estudantes enfrentam o medo da violência. Em abril de 2008, um homem invadiu a escola atirando e, mesmo não ferindo ninguém, assustou a todos. Tiros à noite na frente do local são relativamente comuns, o que afastou alguns estudantes.

Por causa disso, câmeras de segurança foram instaladas dentro e fora do colégio improvisado. Os estudantes passarão a ter acesso a computadores na sala dos professores. Não há espaço para um laboratório de informática e a biblioteca não tem a estrutura necessária, ficando vários livros empilhados na sala onde ela funciona. As aulas de educação física são feitas numa cancha de areia ao lado do prédio, que ganhou muros após a invasão.

O superintendente de Desenvolvimento Escolar do Governo do Estado, Luciano Mewes, afirmou à reportagem da RPC-TV que as empreiteiras que faliram só receberam o valor relativo à parte da obra que foi concluída depois de passar por uma fiscalização.

Em Astorga, obra atrasada deixa colégio em ruínas

O Colégio Estadual Egídio Balarotti, no distrito de Santa Zélia, em Astorga, Noroeste do estado, está em ruínas por causa das obras que deveriam ter terminado há um ano, mas que estão praticamente paradas. A escola atende quase 500 alunos do ensino Fundamental e Médio.

Em 2007 o Paraná TV mostrou o início das obras. A instituição estava com vidros quebrados, rachaduras nas paredes e o forro apodrecendo em razão das infiltrações. O refeitório era improvisado ao lado da casa do zelador.

Um ano depois, a situação é quase a mesma. Os banheiros estão sem condições de uso. A cozinha funciona, de forma improvisada, onde antes era uma sala de aula e está totalmente fora das normas da vigilância sanitária. Diversos alimentos estão sendo jogados no lixo, pois ratos tomam conta do local.

Um dos prédios com seis salas de aula e salas de apoio já está em funcionamento. O outro, onde deverá ficar a biblioteca, a cozinha nova e a secretaria, ainda necessita de teto e acabamento. O terreno está tomado pelo mato.

Dinheiro não falta, o problema é que a construtora responsável está com as obras atrasadas. Em entrevista ao Paraná TV, o chefe regional da Secretaria de Obras Públicas, Roberto Petrucci, disse que a empresa já foi notificada e um processo administrativo será aberto para verificar porque a construção está atrasada. “Vamos verificar a situação e, se for o caso, pode ser aberto um novo edital para licitação”, afirma.

Segundo a empreiteira de Londrina, responsável pelas obras, o atraso aconteceu por causa de problemas no terreno da escola. A empresa afirmou ainda que parte da construção, uma ala dos prédios, deve ser entregue até fevereiro.

Segundo o superintendente de Desenvolvimento Escolar do Governo do Estado, Luciano Mewes, poucos colégios encontram-se nessas situações no Paraná. “Em Astorga, nós já conversamos com a empresa responsável três vezes e não obtivemos retorno, por isso estamos pedindo a rescisão unilateral do contrato”, disse.

Fonte: Jornal de Londrina/RPC

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